Este livro é escrito para estudantes e profissionais da área da saúde, psicólogos e psicanalistas lacanianos, supervisores e profissionais que desejam trabalhar com saúde mental. É comum os textos de supervisão falarem de forma muito abstrata sobre o atendimento e o começo do tratamento como sendo algo vago, indefinido. Ou mesmo, utilizando um linguajar lacanês, quase impossível de compreender, principalmente para aqueles que estão no início da carreira. A ideia da Coleção Clínica e Supervisão é falar dos conceitos de forma acessível, com exemplos e manejos articulando a teoria à prática.
Neste livro sobre entrevistas preliminares, passamos por quatro autores: Freud e seus textos técnicos com conceitos básicos e essenciais para o atendimento clínico e as primeiras entrevistas. Lacan e alguns de seus Seminários, que discutem técnicas e manejos psicanalíticos e os últimos, que trazem a noção da Clínica do Real, articulando os três registros, imprescindíveis para o manejo dos sintomas modernos. Recorremos também a Serge André e os modos de gozo na clínica das modalidades de discurso perverso e Colette Soler para apresentar o inconsciente reinventado e discutir o sujeito dos laços disruptivos.
O que faz laço para conduzir o sujeito das entrevistas preliminares à análise propriamente dita? O que faz laço para que o paciente saia da queixa e consiga fazer um pedido de análise? Coloque seu inconsciente a trabalhar e, assim, como paciente faça o giro necessário para tornar-se um analisante?
Partimos do referencial do Último Lacan em que existe uma distância intrínseca entre um sujeito e outro pois: Existe o UM. Cada UM é radicalmente único o que implica que A relação sexual não existe. Há um mal-entendido fundamental entre os seres e para que exista o laço social é necessário: um constructo, uma invenção, um sintoma ou sinthoma.
A partir deste prisma, são discutidos e desenvolvidos esses e muitos outros conceitos com exemplos e citações articulando a teoria à clínica. É possível ser analista lacaniano com leveza e perspicácia através de uma metodologia comum, de maneira científica, compor com cada sujeito e seguir o caminho pela via da singularidade.